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4 de setembro de 2009

O Estranho Mundo dos Jogos de RPG



A jogabilidade, história e ambientação dos jogos de RPG variam muito de produtora para produtora, mas todos se assemelham em um ponto: você tem um personagem que vai evoluindo dentro de um mundo previamente criado, geralmente aprendendo poderes próprios e inimagináveis, destruindo inimigos do triplo de seu tamanho e salvando donzelas indefesas.

Em meio a fantásticas histórias, batalhas épicas e cenários deslumbrantes encontramos um conjuntos de clichês e absurdos que se repetem. Duvida? Então veja a breve lista abaixo.

O Dia-a-dia
Uma boa noite de sono cura de tudo e sempre dura alguns poucos segundos.

Todo game tem veículos que passam por terra, água e ar. Quando você consegue o veículo para voar, você está perto do final do jogo.  

Os moradores das cidades são incríveis: quando eles dizem “faça tal coisa” você deve fazer. E quando eles aconselham a você “não ir até tal lugar”, é porque você deve ir!
  


 Seus amiguinhos e você andam com armamentos enormes, mas ninguém fica encarando vocês por isso.

Todas as lendas são VERDADEIRAS!

O objetivo final de qualquer RPG é salvar o mundo. Você não pode escapar desta demanda.

Seu herói é tão xavequeiro que não importa há quanto tempo ele conhece a mocinha, ele sai correndo pra salvá-la.  

Todas as relíquias importantes do mundo vão passar pela sua mão. E você nem imagina em simplesmente vendê-las e ficar rico.  

Ninguém gosta de resolver as coisas em games de RPG. Ninguém apela para a diplomacia. Todos os problemas do mundo são resolvidos pela lei do mais forte, ou seja, pelo tamanho da sua espada.

Mesmo depois que todo mundo já sabe que você é o herói lendário, ninguém te dá uma espada e nem uma mísera poção de graça. Malditos capitalistas!

As Pessoas

O herói sempre é um bonitão usando uma espada ou cajado mágico.

O herói é sempre um gênio. Ele pode nunca ter feito algo na vida, mas quando for realizar a tal tarefa será sempre bem-sucedido.

Se o herói tem algum parente vivo, sempre é a sua mãe. Isso acontece por que:
- o pai sempre está trabalhando.
- o pai sumiu da face da Terra ou é um viajante.
- o pai morreu em uma batalha.
- o pai foi assassinado, o que faz o herói querer vingança.
- o herói é bastardo ou o pai fugiu com outra mulher. Imagine que legal um jogo onde o herói fosse filho bastardo do vilão ...
- o herói foi adotado por uma mãe solteira – opa, aí já é demais ...
- o herói nasceu de uma virgem. Bom, nesse caso, o herói é Jesus e não se trata de um jogo ...

O protagonista é sempre o personagem de cabelo mais louco, o que nos leva à: todo personagem pode ter sua importância medida dependendo do tamanho, cor e corte do seu cabelo.

As princesas sempre usam vestidos cor de rosa e magias de cura.

Seus amiguinhos são ótimos, quando eles param de viajar automaticamente você fica com suas armas, itens, calças e tudo o mais.

Sua turma de amigos deve incluir:
- Uma princesa que se rebela e quer participar de uma grande aventura (ela se apaixona pelo herói).
- Uma maga sábia sobrevivente de uma raça antiga (que foi dizimada há mil anos) e se apaixona pelo herói.
- Uma guerreira durona que não se apaixona pelo herói.
- Um espadachim que sofre por conta de seu passado
- Um cara fortão e durão, mas que no fundo é mega fofo
- O melhor amigo do herói
- O mercenário que ganha escrúpulos ao longo do jogo
- Um espião, que depois encontra sua força interna para fazer o bem.
- Um bicho bizarro qualquer.
- Um mascote.


 Ninguém troca, jamais, de roupas. Banho então nem pensar. Que falta de higiene.

Todos seus amigos sabem escapar de fortalezas e prisões

Todos os soldados, mesmo os mais fortes são um lixo em relação ao seu personagem. E os exércitos podem ser facilmente derrotados.

Os Monstros

Por alguma razão misteriosa os monstros carregam dinheiro.

Monstros se decompõem muito rápido, pois logo somem após mortos.

Sempre há monstros que aterrorizam as cidades, e ao invés de chamar alguém experiente ou mesmo de uma cidade mais avançada (onde o primeiro monstro seria fichinha pra qualquer guardinha burro), é sempre você que salva todo mundo.

Se algum monstro comer você, certamente vai cuspi-lo, um pouco mais fraco mas com todos os pedaços do corpo.

Será que esses monstros não mastigam a comida? Ratos, morcegos e lesmas sempre atacam em bando. Imagine se os chefes fizessem isso, seria impossível terminar o jogo.

Você sempre pode vencer um inimigo 400 vezes maior.

Os Lugares

Sempre existe um continente ou ilha flutuante, que inevitavelmente é destruído.

Todas as cidades são super seguras, independentemente dos monstros que estão lá fora. Eles respeitam a fronteira. Já fora das cidades não há governo. Pode estraçalhar todo mundo à vontade.

Quem mora em vilas e cidades tende a ficar entediado e repetir o mesmo diálogo sem parar.

Os prédios sempre parecem menores pelo lado de fora.
As vilas estão sempre em contato com a natureza, as cidades não. Principalmente na cidade principal do Império do mal, em que há toda uma favela para os moradores “não nobres”.
A maioria das casas sempre está aberta, e ninguém liga se um estranho entra, revira as gavetas e pega os itens.


 Apesar de matar um gigante com um peteleco, você jamais consegue arrombar uma porta.

Todas as estantes de livros tem somente um livro, que tem somente uma página. Que cultura é essa?

Botecos são as melhores fontes de informação.

Se há um Coliseu, você vai lutar nele.
Muitas cavernas simplesmente desabam quando você acaba com o chefe final daquela locação. E você sempre escapa no tempo certo.
Se há um Coliseu, você vai lutar nele.

Muitas cavernas simplesmente desabam quando você acaba com o chefe final daquela locação. E você sempre escapa no tempo certo.

A maioria das cavernas conta com iluminação.

Os Vilões

Você nunca pode jogar com o vilão, que tem 100 vezes mais energia que você.

O vilão sempre espera que os heróis resolvam os quebra-cabeças da caverna para ele. Daí ele aparece no final, quando você já tem o artefato poderoso em mãos, e o rouba de você.

Todos os vilões tem alma de poeta, ator ou filósofo.

Um vilão nunca pode ser morto somente uma vez. Primeiramente você mata a parte mais “humana” dele, e depois ele se revela como uma criatura feiosa que é umas cem vezes maior que o herói.

Se o vilão for um cara bem cool, então tudo bem que ele mate um zilhão de pessoas. Exemplos de vilões e sua corte:
- O vilão é um cara lindão e cabeludo
- O vilão é um cara feião e cabeludo
- Ele tem alguns amiguinhos que são hilários ou incompetentes
- Ele é acompanhado por uma vilã gata que acaba ajudando o herói
- Ele é um ex amigo seu, que ficou sentido com o mundo
- Ele é um palhaço (no sentido literal)
- Ele é acompanhado de um cientista maluco que cria monstros enquanto solta uma bela risada

As Lojas

Os trocados que os monstros deixam cair quando mortos são a moeda corrente no mundo inteiro.

E por falar em trocos, sua carteira deve ser mágica, pois além de levar uma quantidade ilimitada de dinheiro, nunca se solta do seu corpo, mesmo depois e levar um chute na bunda de um Bahamut.

Não se pode roubar nas lojas.

Pelas coisas que são vendidas, existem três tipos de vendedores:
- o muito rico, que paga por qualquer coisa.
- o muito burro, que paga pelo lixo que você pega.
- o muito esperto, que compra seu lixo e tem lucro vendendo-o.

As Magias e os Itens

Poções, comida e armas de metal nunca estragam, mesmo se estiveram jogadas num castelo sujo e úmido por mais de 500 anos.

A comida é sempre a mesma, não importa se é a do palácio ou se foi pega no chão.

Uma magia de gelo pode congelar, mas a do fogo nunca reduz ninguém a um monte de cinzas no chão.

Pode-se tomar uma overdose de poções, sem nenhum efeito colateral. Monstros podem usar magias, mas não sabem falar. Belo truque, não?
Para edição deste texto as seguintes referências foram consultadas: Top Games Evolution, Os maiores clichês dos jogos de RPG - por Flávia Gasi.

9 comentários:

Odin disse...

Ahahah pior q eh mesmo!!! sempre a mesma historia os rpgs xD
otimo post xDDD

mesmo sendo a mesma coisa, eu ainda nao consigo largar os rpgs da vida (ou nao quero)

IgorRulez disse...

Isso mesmo, todo rpg é assim!

O pior é quando o chefe ta com 1 risco de vida e foje, geralmente falando que esta tarde demais para matar o heroi, e no final faz a mesma coisa só que quando morre ele vira um bicho feio super forte que faz tu usar todas as poçoes, e depois tu mata ele e deu cabo o jogo :D

Lucas disse...

Os monstros não falam, mas podem usar selos (como no naruto) pra invocar as magias.

Kratos disse...

pior mesmo é o fato do vilão principal da historia nunca te matar quando vc é fraco…tipo pq ele num luta com vc logo no começo do jogo?

e sempre vc começa na cidade com bixos mais fracos ao redor, nunca na mais poderosa q vende os melhores itens

L disse...

Gostei xD

Andreh. disse...

HAHAHAHAH Muito fato, muito bom o post e bem escrito.

“quem mora em vilas e cidades tende a repetir os diálogos”
Já é hora de consertarem isso, afinal. O pior mesmo é quando um personagem querido morre e, continua morto na história, mesmo quando há ítens à venda que dizem “Reviver” os outros. Propaganda enganosa, não?

yagu disse...

na real a gente sabe que hoje em dia as plataformas estão mudando conforme a tecnologia avnça e tal e naum é mais bem assim, mas que foi muito bom o post foi, pois, quem nunca se deparou com todas essas situações em varios RPG’s, mas é o estilo da plataforma. E cada vez mais com o auxilio da inteligencia artificial, o tédio dos moradores está acabando e eles estão falando mais de 5 frases diferentes! Que evolução…

Carlão disse...

Não vou nem comentar sobre a generalização descabida que presenciei, ainda mais por que o que mais me incomodou foi teu Português mal precário, e vários erros por falta de atenção/cultura/inteligência.

pedro henrique disse...

nao concordo…. ah uma grande variedade de jogos q tem enredos nao envolvendo salvar o mundo, um exemplo é: valkyrie profile 2, a personagem principal é do sexo feminino, a historia é q a alma de uma valkyria foi aprisionada dentro do corpo da princesa alice(protagonista) como castigo da valkyria ter cometido um erro, o objetivo da valkyria e da princesa é encontrar uma esfera, q sustenta valhala(terra dos deuses e odin), cujo a esfera foi roubada, para alice poder retornar ao seu reino e a valkyria de nome silmeria poder voltar a valhala. outro jogo cujo o enredo nao é salvar o mundo literalmente é: breath of fire 4, vc começa o jogo sem nenhum problema no mundo, e conforme vc vai jogando e salvando cidades atingidas por pragas e desordem, o personagem principal descobre q é metade dragao metade humano conhecido como “yorae dragon”(yorae dragon foi dividido em 2 corpos,1 o protagonista,2 o vilão,q foi um imperador) o objetivo é fazer o personagem principal e o vilao tornaren-se um só e no final vc decide se vc quer dar o seu corpo para o vilao ou se vc vai recusar.

como vc pode ver nem todos os RPGs sao iguais, claro em certos aspectos sao identicos, mas dizer q todo rpg é de salvar o mundo ou uma princesa em perigo, sem falar q em valkyrie profile comida cai dos monstros, e os personagens q senguem com vc na maioria sao almas materializadas pelo poder da valkyria, sendo q eu até onde joguei encontrei 6 magos 4 arqueiros 3 espadachins e 4 cavaleiros, valkyrie profile nao se limita a princesas com vestido cor de rosa q se apaixona pelo protagonista, e no jogo as magias podem causar envenenamendo trauma por choque(ataque do tipo relampago)queimação, paralisia, silenciamento,petrificaçãos e cogelamento, nao se precisa falar pra lançar magias, o cenario é realista, e se vc mexe num movel sem falar com o dono do estabelecimento vc é punido, vc nao segue coisas como “nao va la” ou “faça isso”, vc busca informaçoes sobre ocorridos fora do normal com viajantes e moradores. nada alem disso.

acho q me empolguei, mas eu só quero dizer q o rpg nao tem limites de enredo

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