Os games nasceram nos computadores, que
desde o início eram controlados pelo apertar de alguns botões. Assim,
essa forma de controlar os jogos foi adaptada aos games domésticos.
Assim como o teclado à sua frente, um
joystick nada mais é do que uma placa com botões que devem ser
apertados para instruir seu console o que deve ser feito, e está
adaptado à sua função. Essa adaptação veio conforme os jogos evoluíram,
e os joysticks ficaram mais complexos e elaborados à medida que os
consoles se desenvolviam.
Paddle (Atari)
Como os games eram simples, seus
controles eram de uma simplicidade idêntica. Jogos como Pong e Enduro
tinham controles apenas em duas direções (esquerda/direita ou
cima/baixo), por isso o Paddle tinha essa “rodinha” para girar e
movimentar seu personagem, bem como um botão lateral que servia de
acelerador ou para soltar a bolinha. Serviu enquanto os games não
tinham uma movimentação maior, quando foi substituído pelo modelo
abaixo.
Atari 2600
Inspirada nos aviões, a Atari
percebeu que uma alavanca seria a forma ideal para o controle de um
game, e criou um dos modelos mais simples e famosos da história. A
alavanca era emborrachada e não escorregava das mãos, e o botão de tiro
(parecido com os dos arcades, que bebiam na mesma fonte) dificilmente
dava problema. Esse joystick é um dos mais resistentes já criados
(embora sucumbisse ao terrível Decatlon), e teve a honra de ser o
primeiro a ganhar uma versão sem fio
(que não fez o menor sucesso, pois tinha uma base que mais parecia um
pote de margarina e uma antena gigante que atrapalhava os movimentos).
NES (Nintendo)
O joystick do Nintendinho tinha uma
pegada péssima, pois era quadradão e não se moldava às mãos. Mas foi
pioneiro ao substituir a alavanca de controle por um botão em forma de
cruz. Isso era bom pois permitia mais firmeza ao jogador, que passava a
segurar o joystick com as duas mãos e controlava o jogo usando apenas
os polegares. Outra novidade era que havia mais de um botão de tiro, o
que permitia jogos mais elaborados (o personagem podia pular e atirar
ao mesmo tempo, por exemplo).
Mega Drive (Sega)
Considerado o melhor de sua geração, o
joystick do Mega Drive tinha uma pegada excelente, em parte devido ao
formato “bumerangue do Batman”, com as duas barbatanas que se tornariam
regra em quase todos os consoles. O botão direcional tinha 8 direções,
ao contrário do NES que não tinha movimentos diagonais. Além disso, a
versão de 6 botões é até hoje considerada o melhor joystick para jogos
de luta.
SNES (Nintendo)
O novo console da Nintendo trouxe ao mundo um layout
de botões que ainda hoje é usado: à esquerda o direcional, à direita 4
botões em cruz e no meio botões menos usados, como o Start. Ele ainda
introduziu os “botões laterais”, acionados pelos indicadores,
aumentando as possibilidades dos jogos. Se não fosse a pegada pouco
confortável, teria sido o melhor controle de sua era.
N64 (Nintendo)
Esse joystick assustou meio mundo pelo
seu inusitado formato, semelhante a um garfo. Porém, os gamers até hoje
consideram esse o melhor controle para jogos de tiro e de nave. O N64
ainda promoveu o retorno das alavancas, só que essa era especial: ao
contrário da enorme alavanca do Atari, essa era bem mole e pequena,
controlável por apenas um dedo. Além disso, era altamente sensível, com
os personagens do game se movendo de forma proporcional ao movimento da
alavanca. Esse joystick ainda introduziu dois conceitos que perduram
até hoje: o “direcional secundário” (aqui chamado de “C-Buttons”), que
permitia uma movimentação única em alguns jogos, como apontar a arma
numa direção e andar para outra, e a vibração, através do acessório
Rumble Pack, com o controle vibrando e reagindo conforme suas ações no
jogo. Pela primeira vez era possível não só ver e ouvir um jogo, mas
também sentí-lo.
Dual Shock (Sony)
O Playstation unia em seu joystick duas
coisas que mostravam claramente que ele era um filho bastardo do SNES:
os botões no mesmo estilo do console da Nintendo e as alavancas e a
vibração do N64 estavam unidas num controle usado até hoje, na terceira
geração do console da Sony. A diferença aqui é que o segundo direcional
também se tornou analógico, e ambos ganharam uma cobertura
antiderrapante. Outra novidade é o aumento dos botôes laterais, agora
havia dois Rs e dois Ls para seus indicadores. O direcional digital,
cada vez menos usado, foi dividido em 4 botões independentes, coisa que
até agora só a Sony fez. Uma curiosidade desse controle é que, talvez
devido à vontade de tornar o PSX um console mundial, foi a decisão de
“batizar” os botões com figuras geométricas, ao contrário das letras
latinas usadas em todos os outros joysticks, que são totalmente
ilegíveis para quem fala russo ou chinês, por exemplo.
GameCube (Nintendo)
A alavanca analógica ganhou tanta
importância que acabou tomando o lugar do antigo botão em forma de
cruz, neste que pode ser considerado um dos mais feios joystick já
criados. A Nintendo tentou inovar, mas as duas orelhas com o direcional
digital e o direcional C (enfim analógico), assim com a disposição
esquisita dos botões matou o controle. Uma pena, pois o GC tem bons
jogos.
XBox 360 (Microsoft)
O joystick do atual líder de mercado é
uma verdadeira compilação de toda essa evolução que você leu até agora:
a pegada é a mesma do Dual Shock, os botões estão dispostos na mesma
ordem do SNES, ele tem as mesmas barbatanas que nasceram no Mega Drive
e o principal direcional é o analógico, como no GameCube. De inovação
nele, apenas o fato dos controles sem fio serem regra, e não mais a
excessão. Ao surgir, o joystick de Bill Gates parecia querer dizer que
nesse quesito os games não tinham mais para onde evoluir. Aí vem a
Nintendo e me apronta isso:
Wiimote (Nintendo)
Quando o game exige que se jogue da
forma tradicional, a pegada é horrível, mas quem disse que esse
controle é tradicional? O controle do Wii é surpreendente pois com ele
é possível controlar um game de uma forma quase que real. O jogo é
tênis? Ele vira uma raquete. O jogo é de boxe? Ele via um par de luvas.
É de tiro? Aponte-o para a tela e mande bala! Ao que tudo indica essa é
a tendência: os controles deixam de ser uma barra de botões para ser
uma extensão do braço do jogador.
3 comentários:
Cara, belos artigos os seus sobre games!
Muito interessante essa compilção dos controles.
Não dá pra negar, Nintendo por mais esquisito que fosse, tentava inovar. E foi graças a isso que existe essa pancada toda de controles. Agora é esperar, vamos ver se o Project Natal consegue banir o controle de vez. Eu duvido.
Ai cara.. eu não boto fé no project heim.. trabalho aqui na Overplay desenvolvendo games e a galera tb não leva fé não! Até vislumbro a possibilidade de que algumas quests em um jogo onde você teria que usar o project seria de muito bom grado.. Mas um jogo inteiro vai ser dificil!
Artigo de Qualidade mesmo.
Eu, de todos os apresentandos só não joguei com o wii, e dentre os que eu joguei sem dúvida prefiro o joy do gameCube. O fato de ele ser natural tanto para o direcional como para o analógica é muito interessante. Nos outros você preicsa fazer uma escolha, não no gameCube.
Fantático, assim como o Will sou nitendista assumido, com ou sem vitality sensor HuhauHAhauhauAH.
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