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20 de setembro de 2009

Preconceito Virtual - Games e Mitos



Daqui a 50 anos, provavelmente, os jogadores de games de hoje contarão para seus netos sobre os preconceitos a que eram submetidos toda vez que tentavam jogar seus jogos de computador ou videogame – dirão que eram considerados estranhos, sociopatas com leve tendência homicida. Os netinhos, claro, vão cair na gargalhada.

E, com quase toda certeza, vão pensar que o(a) avô(ó) está gagá, imaginando coisas que não existem. Afinal, para eles, pensar que tinha gente que implicava com isso é algo tão absurdo quanto, para nós, imaginar que nossos tataravós usavam mesmo aqueles bigodões ridículos e roupas de banho que cobriam até o joelho.

Videogame é para criança
Isso poderia até ser verdade na época do Atari. Acontece que as crianças daquela época cresceram. Hoje estão na faixa dos 30 anos, mas não perderam o hábito de jogar. “É difícil o dia em que eu não jogo pelo menos uma partidinha de Fifa”, confirma Rodrigo Mourato, 29 anos, engenheiro civil. Nos EUA, segundo dados da ESA (Entertainment Software Association), 62% dos jogadores de console e 66% dos jogadores de pc têm mais de 18 anos.


Games incitam a violência
“Agressão simulada é totalmente diferente de uma agressão real”, afirma o psicólogo Jeffrey Goldstein, da Universidade de Utrecht (Holanda), no artigo Does Playing Videogames Cause Agressive Behavior? (“Jogar Videogames Causa Comportamento Violento?”). Não dá sequer para afirmar que a indústria de games se apóia na violência. Dos jogos lançados nos EUA em 2004, 53% foram classificados como E (Everyone – para todos), 30% são T (Teen – adolescente), e só 16% ganharam a tarja M (Mature – adulto).


Garotas não jogam games
O mercado de games era, até uma década atrás, dominado pelos homens. Mas as coisas estão mudando. Atualmente, nos EUA, segundo a ESA, 43% dos jogadores são mulheres. The Sims, uma espécie de “jogo de brincar de casinha” – e um dos prediletos das mulheres – é o game mais bem-sucedido de todos os tempos, com 58 milhões de unidades vendidas no mundo, 50% delas para mulheres. “Garotas são o maior mercado potencial a ser explorado”, afirma Ivan Kako, gerente de comunicação da EA Brasil.


Games são lixo cultural
“Games são um bem cultural tão valioso quanto o cinema ou os quadrinhos”, afirma Fabiano Denardin, da Panini, editora que publica as HQs da Marvel no país. “Existem jogos com roteiros e diálogos maravilhosos ou com ilustrações belíssimas.” Na verdade, para Will Wright, criador do jogo The Sims, games são obras de ficção inovadoras porque, diferentemente de leitores ou cinéfilos, os jogadores interferem no enredo e sentem com mais intensidade emoções como culpa ou frustração.


Games destroem a vida social
Com a popularização da internet e do jogo online, o que sempre foi um mito virou uma lorota ainda mais difícil de sustentar. “Eu tenho grandes amigos que conheci jogando Star Wars Galaxies”, afirma Lia Carrari, 23 anos, sobre o mundo virtual que freqüenta. “Acompanho a evolução dos meus amigos no jogo, viro amiga dos amigos deles, participo de festas virtuais.” Se ela se sente isolada? Claro que não. O namorado, diga-se de passagem, ela arrumou perambulando pelo mundo. Não este, claro. Aquele, o outro mundo.


Jogadores vivem na fantasia
Realmente, existe algo de mágico nos games. É consenso entre os teóricos que estudam os jogos que o ato de jogar cria “um mundo à parte”, “um círculo mágico” mental. Mas isso não significa que as pessoas percam a noção de realidade. “Isso é um absurdo. Jogar de modo algum implica loucura. Muito pelo contrário. O jogo é lúdico, alimenta nossa criança interior. A capacidade de entregar-se em um jogo é sinal de saúde e não de insanidade”, afirma a psicóloga Amélia Kassis.

Para edição deste texto as seguintes referências foram consultadas: Super Interessante edição 255 por Fábio Onça.

7 comentários:

Doug disse...

Tudo isso é verdade!
Existe muitas pessoas q naum conhecem os games,e ficam falando mau por ae!

Meu Pai tem 57 anos e adora jogar video-game,é claro foi eu q apresentei pra ele

Sir Will disse...

Games são saudáveis sim.
A melhor ferramenta de aprendizado de inglês que tive foi o video-game, já que escola pública não ensina nada. Desperta criatividade, faz uma pessoa ter objetivos e lutar para conseguir conquistá-los. Hoje tem preconceito, mas isso é normal. No futuro provavelmente teremos preconceito de algo novo.

igorcbarros disse...

Eu tenho um tópico um pouco mais concreto pra essa lista: no começo dos anos 80 ouvia gente dizer que os vídeogames “estragavam a televisão”… Computadores também, daqueles de ligar na TV.
Sei lá daonde surgiu isso, uma vez que descobriria depois que a Magnavox fez exatamente o contrário e usou os videogames para vender televisores, com a conversa furada de que um modelo de Pong deles só servia em televisores daquela marca.

qualquer dois disse...

pode cre aprendi muitos verbos chatos em ingles nos games

viva a cultura mundial

longa vida aos games

Billie disse...

Ótimo texto. Concordo com tudo que está escrito aí.

Bob da Silva disse...

Concordo com o que foi publicado, mas em parte. Acho que os games são realmente belas fontes de criatividade, cultura e tal, mas é preciso que se jogue o jogo adequado. Eu não acho que GTA ou CS sejam jogos legais pra crianças de dez anos, mas sim para adultos. Videogame é igual bebida alcoólica: tem que ser com moderação. Algumas pessoas aprendem e se divertem com os games. Isso é bom. Outras se tornam alienados. Isso é mau.

Nynja disse...

Concordo com tudo!

Só tem um problema. Quando eu começo a jogar eu demoro a parar e esqueço das coisas que tenho que fazer. Como sou professor, tenho muita coisa para fazer em casa. Por isso, tenho que evitar jogar, para não prejudicar-me no meu trabalho. Lógico que isso não acontece com todo mundo, por isso não vou pensar que o que acontece comigo é algo generalizado. De modo algum!

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